Real Forte do Príncipe da Beira
(1776-1783)
Os constantes conflitos entre portugueses e espanhóis, que remontam ao Tratado de Tordesilhas, e, constantemente desrespeitados pelos portugueses devido a falta de interesse espanhol em explorar a região, agrava-se ainda mais após o fim da União Ibérica (1640), e a descoberta de ouro no Vale do Guaporé.
Os portugueses cada vez mais se firmavam no Vale do Ouro, assegurando suas conquistas na região, que foi garantida pelo Tratado de Madri (1750), entre Portugal e Espanha, que reconhecia legalmente as pretensões portuguesas sobre a Bacia Amazônica.
Nesse contexto, a ordem da Cora portuguesa era construir fortes para proteger seus limites, coibir o tráfico ao longo dos rios Guaporé e Madeira e auxiliar os navegantes em busca de ouro, índios e drogas do sertão.
Em virtude destes atritos e para garantir a soberania portuguesa na região, foi construído em 1760 o Fortim de Nossa Senhora da Conceição, cuja fragilidade levou os espanhóis a tentar sua conquista.
No governo de João Pedro da Câmara foi remodelado, mudando posteriormente o nome no governo de D. Luis Pinto de Souza Coutinho (1768-1771) para Forte Bragança.
O Forte Príncipe da Beira, construído entre 1776-1783 no sistema Valban, tendo como engenheiros, Domingos Sambucette, que morreu de malária e foi substituído pelo Sargento-mor Ricardo Franco de Almeida Serra.
Com uma área de 970 metros e muralhas com 10 metros de altura, contendo quatro baluartes com 14 canhões cada, totalizando 56 canhoneiras, representava a imponência portuguesa na região.
Os baluartes denominavam-se Nossa Senhora da Conceição (voltado para o Oeste), Santa Bárbara (voltado para o sul) – adjacente ao rio Guaporé, Santo Antônio de Pádua (voltado para o Norte) e Santo André Avelino (voltado para o Leste).
As pedras para a construção foram obtidas no próprio local, a Cal em Belém do Pará, Albuquerque e Corumbá (MT), a artilharia veio de Lisboa via Belém do Pará, uns chegaram pela rota fluvial Amazonas-Madeira-Guaporé e outros pelas Amazonas-Tapajós-Guaporé.
O primeiro comandante do Forte Príncipe da Beira, foi o Capitão de Dragões, José Melo da Silva Vilhena.
Com a decadência do Império Espanhol e a crise da mineração, o Forte Príncipe da Beira caiu no abandono. Foi redescoberto pelo Marechal Rondon e teve seu tombamento histórico em 30 de novembro de 1937.
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